Jogar futebol pode afetar a coluna?

Uma das atividades mais populares do mundo, o futebol é considerado um esporte com alto número de lesões. São, aproximadamente, 90 minutos de tensão e muito cuidado para que esses acidentes não aconteçam. É muito provável que durante os treinos e jogos, um atleta sofra algum trauma.

Estima-se que jogadores profissionais apresentem taxa de incidência de 16 a 28 lesões a cada 1000 horas jogadas.

O Dr. Guilherme Rossoni, neurocirurgião e especialista no tratamento de doenças da coluna e dor crônica, alerta que as lesões que afetam a coluna são comuns, mesmo que indiretamente, já que ocorrem muitos impactos na cabeça e no tronco.

“Estudos mostram que, no futebol, em torno de 10 a 15% das lesões nos atletas ocorrem na coluna vertebral. No futebol profissional, com o objetivo de atingir elevados níveis de competição com treinos de alta carga e intensidade, pode haver sobrecarga de estruturas anatômicas e aumento do risco de lesões musculoesqueléticas na coluna vertebral. Inclusive, cerca de 80% das lesões na coluna nesses atletas ocorrem durante os treinos. Adicionalmente, traumas diretos durante o jogo, são responsáveis pelo restante das lesões. A maioria delas são entorses – lesões de ligamentos da coluna; estiramentos – lesão com ruptura de fibras dos músculos paravertebrais; e contusões – processo inflamatório com hematoma e edema nos músculos da coluna. Esses traumas são os mais comuns e de melhor prognóstico em termos de tempo de recuperação e reabilitação. Raramente, fraturas por mecanismos de faltas mais violentas (ex.: Neymar na copa do mundo de 2018). Além disso, a prática desse esporte sem o devido treinamento regular aumenta a incidência de dor lombar, fato comumente observado nos jogadores amadores ou “atletas de fim de semana” afirma Dr. Guilherme Rossoni.

Apesar da grande preocupação com lesões mais frequentes e que prejudicam o rendimento do atleta, é preciso também atentar-se às lesões na coluna, pois interfere diretamente na saúde e no desempenho fora e dentro dos campos.

Sobre as doenças na coluna que podem ocorrer ao longo da vida do atleta, o Dr. Guilherme destaca: “Hérnia de disco, degeneração do disco intervertebral e espondilólise. Existe uma correlação da presença desse defeito com movimentos repetitivos da coluna lombar, o que pode levar a fraturas por stress na pars articularis. O defeito pode ser unilateral ou bilateral. Por fim, podemos citar a síndrome facetária (artrose das pequenas articulações da coluna), fraturas (na sua maioria estáveis e sem necessidade de cirurgia) e lesão das articulações sacroilíacas.”

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